sexta-feira, 11 de maio de 2012

O que é Psicologia Canina?

Psicologia Canina, assim como a Psicologia Humana, é, a princípio, relacionada ao estudo da mente. De fato, experimentos iniciais, conduzidos por cientistas notáveis no campo, como Freud e Pavlov, foram quase que exclusivamente conduzidos em animais, pois acreditava-se que os processos de pensamento dos animais e dos homens não diferissem significativamente, exceto pelo nível de complexidade.
Logicamente, é possível assumir que os cães fiquem mais que felizes em deitar-se no sofa, porém, eles não são capazes de dizer através de palavras o que e como estão se sentindo.  Assim sendo, para se compreender como um cão pensa, devemos avaliar e analisar seucomportamento em relação a um determinado estímulo ou ambiente, e como o cão interage com tais estímulos e com aqueles que o cercam, sejam humanos ou animais.
Os cães são capazes de se comunicar de diferentes formas. Eles se comunicam através da vocalização, sendo que a maioria dos sons classifica-se em quarto grupos (rosnados, latidos, uivos e choramingos). Dentro destes grupos, a frequência, o volume e o “pitch” variam para determiner diferentes mensagens. Todos entendemos o significado de um rosnado, utilizado primariamente para ameaçar ou advertir, contudo, um latido pode informar qualquer coisa, desde alerter outros membros do grupo sobre a aproximação de um estranho, ou até mesmo dizer “encontrei algo interessante, por que vocês não vêm ver?!”.
Cães também se comunicam pelo uso da linguagem corporal, utilizando seja o corpo todo, ou as orelhas, os olhos, a cauda ou a boca, ou até mesmo uma combinação destes para determiner significados específicos. Quando se considera estes fatores, é fácil entender porque tantas pessoas são contra a amputação da cauda e o corte das orelhas procedimentos – até certo tempo atrás – comuns  de se realizar em determinadas raças. Cortar caudas e orelhas afeta diretamente a comunicação dos cães.
Eles também utilizam a comunicação olfatória, já que possuem um olfato altamente desenvolvido. Os cães utilizam o olfato para captar mensagens deixadas por outros cães, que podem significar, por exemplo “este é meu território”.
É extremamente importante compreender como um cão aprende os comportamentos que manifesta, de modo a analisar como os problemas de comportamento têm início.

No Brasil ainda temos a antiga mania de relacionar aprendizagem de comandos ao fim dos maus hábitos de nossos cães. O que é um erro.
Sem dúvida o adestramento (treinamento de comandos) é um desafio psicológico ao cão, o que tende a aliviar um pouco a ansiedade, bem como dá ferramentas que ajudam o dono na busca pela “liderança da matilha”. É inegável que o adestramento bem feito é saudável, porém, é apenas um auxiliar na reabilitação comportamental do cão.
Problemas comportamentais em cães têm três origens: CONFLITO, FRUSTRAÇÃO e MEDO. Portanto, afirmar que ensinando um cão a sentar e deitar resolverá suas “questões” internas, é o mesmo que receitar a um humano maníaco-depressivo que resolva seu problema estudando física ou geografia. Não faz sentido!
Um mau comportamento é apenas um sintoma de uma das três causas acima. Conseqüentemente, apenas tratá-lo isoladamente não resolverá o problema na origem. O comportamento que desagrada o proprietário pode desaparecer, mas logo o cão encontrará uma nova válvula de escape para extravasar a frustração e/ou o conflito, gerando um novo comportamento nocivo, algumas vezes pior que o anterior.
Somente usando a psicologia canina é possível tratar o problema na raiz, eliminando a sua causa fundamental e reequilibrando o cão. Aí sim, como coadjuvante, o adestramento e o tratamento do sintoma (mau comportamento) vão ser realmente eficazes.
Um cão mal comportado é um cão desequilibrado. Apenas satisfazer a vontade do dono sem reequilibrar o cão não terá eficiência a médio e longo prazo. A maneira mais humana e justa de ajudar um cachorro com problemas é usando a psicologia canina para reabilitá-lo definitivamente.

Equipe


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